Novidades

23 SET
Grandes Brasileiros: Chevrolet Série 10

Grandes Brasileiros: Chevrolet Série 10

Design da Série 10 era exclusivo do Brasil (Xico Buny/Quatro Rodas)

Ávidos consumidores de picapes, os americanos parecem não se dar conta de que esses utilitários nasceram para o trabalho. Estilo, conforto e desempenho tornaram-se prioridades a partir de 1955, quando a GM lançou a Cameo Carrier.

Criada pelo designer Luther Whitmore Stier, ela trazia pintura em dois tons, motor V8, câmbio automático, direção hidráulica e freios assistidos.

Situação diferente do Brasil, onde a produção da picape 3100 começou só em 1958. “Conhecido como Chevrolet Brasil, era uma solução local”, diz André Beer, executivo da GM do Brasil por quase 50 anos.

Nesta C-10 Chevy SL 1978, a decoração externa maquiava o desenho de 14 anos, como as faixas e rodas com calotas e sobrearo – espelhos retrovisores eram do Opala (Xico Buny/Quatro Rodas)

O resultado final era um utilitário rústico, com falhas de acabamento decorrentes da má qualidade da matéria-prima e outras deficiências do projeto. O ponto positivo era seu velho seis cilindros em linha de 4,3 litros e 142 cv.

Importado, gozava de boa reputação pelo torque e confiabilidade. Ele foi nacionalizado, mas o resto do utilitário era inferior ao americano de 1960: dianteira se apoiava sobre um eixo rígido e os pedais de embreagem e freio brotavam do assoalho. O estilo nada refinado lembrava sua origem: um caminhão em menor escala.

Imitação de madeira e câmbio de 4 marchas com alavanca no assoalho (Xico Buny/Quatro Rodas)

O que poucos sabiam é que Luther Whitmore Stier chegou ao Brasil em 1957, quando assumiu o departamento de estilo. Sua primeira missão foi adequar o desenho da nova geração à linha de produção em São Caetano do Sul (SP). O resultado veio em 1964, com os modelos C-14 e C-15.

Denominada internamente de C-1404, a picape de chassi curto (2,9 m de entre-eixos) estava 15 cm mais baixa, facilitando o acesso à cabine. Havia ainda a C-1414, única do país com cabine dupla para seis pessoas. Já a C-15 era maior (3,1 de entre-eixos) e era chamada internamente de C-1505, tendo só cabine simples.

A grande novidade era a suspensão dianteira independente com molas helicoidais, melhorando conforto e comportamento. Tudo lembrava um automóvel: os pedais eram suspensos, a dianteira mantinha os quatro faróis e a coluna A inclinada evidenciavam a preocupação com a aerodinâmica (Stier era engenheiro aeronáutico). Manteve o câmbio manual de três marchas com alavanca na direção.

C-10 1978 esbanjava estilo e personalidade (Xico Buny/Quatro Rodas)

O modelo 1967 recebeu nova grade, com dois faróis maiores, novo painel de instrumentos, alternador no lugar do dínamo e motor recalibrado para 151 cv. Por fim, a primeira passou a ser sincronizada e foram oferecidas versões 4×4 transformadas pela Engesa.

O conforto aumentou em 1971, com a oferta da direção hidráulica. Como nos EUA, as picapes passaram a se chamar só C-10 em 1974.

Dois anos depois, surgia a versão Chevy 4, impulsionada pelo quatro cilindros do Opala. Com parcos 17,0 mkgf, a solução foi adotar o câmbio M20 de quatro marchas com alavanca no assoalho e reduzir a relação do diferencial.

Estepe ficava dentro da caçamba da C-10 (Xico Buny/Quatro Rodas)

O motor fraco foi amenizado na linha 1978 com a versão Chevy SL. Essa C-10 ganhou um banho de loja: bancos individuais, painel e laterais de portas da Veraneio Luxo, roda aro 15 com calota e sobrearo, faixas laterais, espelhos do Opala e opção de câmbio de quatro marchas para as versões seis cilindros, como neste exemplar, que se encontra aos cuidados da oficina Garage do Guilherme. Raríssima, a Chevy SL durou menos de um ano.

Mas no mesmo ano nasceu o xodó dos profissionais: a D-10, com um Perkins 3.8 diesel de 77 cv e 30 mkgf. Depois veio a A-10, de quatro cilindros álcool (89 cv e 17,1 mkgf). Em 1980, a grade passou a ser produzida em plástico e os freios ganharam hidrovácuo e discos dianteiros.

Picape carregava listras preta na lateral além do nome C 10 (Xico Buny/Quatro Rodas)

Em 1981, o 4.3 de seis cilindros deu lugar ao 4.1 de quatro do Opala, gasolina ou álcool. Após 20 anos da Série 10, vinha a nova série 10/20. Por sua vez, o americano Luther Stier jamais deixou o Brasil: aposentou-se aqui e permaneceu em São Paulo até morrer, em 2010, aos 97 anos.

Ficha técnica – Chevrolet C-10 Chevy SL 1978

Motor: longitudinal, 6 cilindros em linha, 4.278 cm³, comando de válvulas simples no bloco, carburador
Potência: 151 cv a 3.800 rpm
Torque: 32,0 mkgf a 2.400 rpm
Câmbio: manual de 4 marchas, tração traseira
Dimensões: comprimento, 484 cm; largura, 197 cm; altura, 184 cm; entre-eixos, 292 cm Peso: 2.270 kg
Pneus: 6.50 x 16

Fonte: Quatro Rodas

Mais Novidades

22 AGO
Royal Enfield Interceptor e Continental GT 650 são confirmadas para o início de 2020 no Brasil

Royal Enfield Interceptor e Continental GT 650 são confirmadas para o início de 2020 no Brasil

Conhecida por suas motos de apelo clássico, a Royal Enfield confirmou para o início de 2020 a chegada das novas Interceptor 650 e Continental GT 650 ao Brasil. De moto no Himalaia: como é rodar no topo do mundo A informação foi anunciada por Rod Copes, executivo que acaba de assumir o posto como presidente da Royal Enfield Americas. "Estamos trabalhando muito próximos com nosso pessoal na Índia para que tudo esteja pronto", disse Copes. "Planejamos para o começo do... Leia mais
21 AGO
Chevrolet Cruze é o primeiro GM com nota máxima em segurança no Latin NCAP

Chevrolet Cruze é o primeiro GM com nota máxima em segurança no Latin NCAP

Chevrolet Cruze em colisão frontal (Latin NCAP/Divulgação)O Latin NCAP, programa que testa a segurança de veículos para América Latina e Caribe, divulgou nesta quarta-feira (21), a quinta amostra de testes de 2019. Além de Toyota Hilux e Nissan Frontier, o sedã Chevrolet Cruze.O três-volumes testado não é da linha 2020, recém-apresentada e que possui uma reestilização visual. Mas utiliza a mesma plataforma, com dimensões idênticas e inclui seis airbags, itens que estarão... Leia mais
21 AGO
Toyota Yaris 2020 deixa de ter rodas de liga leve em versões para PcD

Toyota Yaris 2020 deixa de ter rodas de liga leve em versões para PcD

Toyota Yaris XL 1.3 CVT 2020 e as discretas rodas aro 15 com calota (Reprodução/Toyota)O consumidor que acompanha o mercado de veículos voltados ao público PcD já conhece as artimanhas que as fabricantes usam para manter seus carros dentro do teto de R$ 70 mil.A Toyota ampliou um pouco mais essa estratégia na linha 2020 dos compactos Yaris e Yaris Sedan.Se por um lado a família ganhou central multimídia com projeção de celulares nas versões mais caras, por outro abandonou as rodas... Leia mais
21 AGO
Sem capotar: Toyota Hilux gabarita até teste de estabilidade do Latin NCAP

Sem capotar: Toyota Hilux gabarita até teste de estabilidade do Latin NCAP

Toyota Hilux passa por teste de colisão lateral contra poste, para testar airbags de cortina (Latin NCAP/Divulgação)O Latin NCAP, programa de segurança viária para América Latina e Caribe, divulgou nesta quarta-feira (21) a quinta amostra de testes de impacto em 2019. Nesta edição, foram colocadas à prova duas picapes: Nissan Frontier e Toyota Hilux.A picape da Nissan avaliada continha apenas airbags frontais (obrigatório por lei no Brasil) e, por isso, foi submetida apenas aos... Leia mais
21 AGO
BMW Z4 ganha versão de 340 cavalos de potência por R$ 384.950

BMW Z4 ganha versão de 340 cavalos de potência por R$ 384.950

O BMW Z4 ganhou uma nova configuração topo de linha no Brasil. Mais equipada e potente em relação à sDrive30i M, vendida desde o primeiro semestre, a M40i parte de R$ 384.950. O grande diferencial da versão está no motor, um 3.0 de seis cilindros com 340 cavalos de potência e 51 kgfm de torque, acompanhado do câmbio automático de 8 marchas e da tração traseira. O conjunto leva o conversível de 0 a 100 km/h em 4,5 segundos - mais rápido do que a abertura (ou o... Leia mais
21 AGO
Fiat Grand Siena 2020 tem poucas novidades e parte de R$ 50.490

Fiat Grand Siena 2020 tem poucas novidades e parte de R$ 50.490

Mesmo com a chegada do Cronos, a Fiat não deixou o Grand Siena de lado. O sedã acaba de chegar à linha 2020 com alterações pontuais no visual em duas versões, partindo de R$ 50.490. Com todos os opcionais, ele chega a R$ 64 mil. Entre as novidades estão faróis e lanternas com máscara negra, calotas e grade redesenhadas, além de duas novas cores - vermelho e cinza. A traseira adota o novo logo da marca, já visto em modelos como Toro, Mobi e Argo. Doblò 2020 não tem... Leia mais